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Debatódromo

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Esta notícia tem 38 comentários

  1. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO]

    Inspirado pela minha própria vivência atual no mestrado, lanço este tema para ser debatido aqui:
    PROVAS, elas são eficientes para avaliar alguém?

    Já vou colocar a minha opinião no momento: eu vejo que as provas são no mínimo enganosas. Uma pessoa que não entendeu nada da matéria pode criar estratégias para se dar bem numa prova, buscar saber como são as provas daquele professor, que tipo de questão ele gosta de cobrar, qual o nível de exigência ele cobra na escrita, e assim por diante.
    Do mesmo modo, um aluno que sabe bastante da matéria pode ir mal porque cometeu um erro bobo no meio e perdeu muito tempo pra arrumar, ou porque ficou nervoso, etc.

    Eu acho que as provas são uma falência nos sistemas de avaliação, todos acabam ficando enganados: os alunos que criaram técnicas às vezes se enganam por pensar que como foram bem então sabem algo da matéria, e neste caso o professor é enganado ou pelo menos tem que deixar o cara passar porque ele conseguiu tirar a nota, levando a enganação para quem olhar para o histórico da pessoa que consta notas boas. Mas pior ainda é quando a enganação é ao contrário, quando a pessoa sabe bastante da matéria mas não tem habilidade para resolver rapidamente as questões, mas que no fim daria uma solução muito melhor que os outros se tivesse mais algumas horas ou dias para pensar.

    Enfim, esse assunto merece uma postagem, talvez futuramente, mas por enquanto vamos debater aqui.

    O que vocês acham?

  2. Oi renato td bem? Achei seu tema mt interessante pois penso do mesmo jeito, acho que provas são ilusórias. Só os métodos de ensino diz que vc precisa fazer prova pra ser avaliado, eu penso que deveria avaliar cada pessoa com seu aprendizado, fazer com que cada dê aula sobre o assunto pra ver oq ele realmente sabe, eu acho isso uma maneira mais lógica e segura de vc ver se a pessoa aprendeu.

  3. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO]

    Eu concordo que seria ideal que, de alguma maneira, alunos pudessem ser avaliados um a um, individualmente. Porém é aquela coisa, imagine uma sala de cálculo 1 para engenharia, que tem normalmente cerca de 90 alunos, fica inviável qualquer tipo de avaliação individual.

    Vou contar minha opinião a respeito de ensino superior, quanto ao básico não tenho opinião formada ainda. Se uma turma tem uma quantidade razoavelmente menor de alunos, na minha opinião, a melhor maneira de avaliação é por meio de seminários. Este é o único momento que o professor consiga observar um pouco da experiência do aluno com o tema que ele está proposto a apresentar e talvez seja a maneira que ele (o aluno) tenha mais liberdade de se expressar também, não só por meio da escrita. Além dos seminários, acho muito interessante a entregar de listas de exercícios. Não precisam ser numa quantidade exorbitante, mas que sejam exercícios "significativos" e que façam o aluno refletir sobre aquilo que está estudando.

  4. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO]
    concordo com os colegas acima,a prova não "prova" que o aluno aprendeu,ela mascara resultados notas "azuis" não são sinônimos de que o professor conseguiu atingir seus objetivos,assim como as "vermelhas" não significam que seja um mal professor e que o aluno seja incapaz de aprender, é preciso fazer uma reavaliação deste intrumento e quem sabe até bani-lo,os professores agradeceriam e os alunos também.

  5. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO]

    Acredito que uma das questões mais complicadas nesse assunto seja como avaliar turmas grandes, seja no ensino básico, seja no universitário. Como é possível, por exemplo, avaliar de uma maneira ótima cada aluno em uma turma de 60 alunos(uma quantidade comum por aí).

  6. [EXCEÇÃO]

    Vou abrir exceção pro comentário do Comanf, que está sem o assunto do debate no início do comentário. Pois ele reenviou o comentário com as correções, mas deu problema na publicação, não sei porque não apareceu aqui. Portanto não vou excluir o comentário dele acima.

    Desculpem o transtorno.

  7. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO, POR QUE?]

    Comanf e Ricardo,

    Vocês apontaram outras alternativas para avaliar sem provas. Para mim é praticamente indiscutível que essas maneiras são melhores que provas. O problema de número de alunos eu não sei como resolver, pois nunca estive nessa situação.

    Entretanto, uma questão talvez 'anterior' a essas é o seguinte: o que queremos avaliar? O que queremos que o aluno saiba ou entenda?

    Antes de mais nada essas perguntas devem ser respondidas por professores como pessoas vivas neste mundo, da maneira mais sincera que conseguirem, buscar no fundo da alma o que se acredita que é o mais importante e para quem é ou será mais importante em cada aula ou avaliação de matemática.

    O que vocês acham?

  8. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO]

    eunice,

    Parabéns, você resumiu habilmente em poucas palavras os variados sentimentos causados pela falência intelectual e até emocional que é o sistema de avaliação: PROVAS!

    Obrigado!

  9. [PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO, POR QUE?]

    Renato, essa talvez seja uma pergunta tão profunda quanto um abismo (é). Eu vou fazer primeiro uma pergunta mais "anterior" ainda do que a sua: Por que avaliar alunos?

    Qual seria o problema de tirar as avaliações das escolas e passarmos todos os alunos (inclusive nas universidades)? O que aconteceria? Será que o resultado seria muito diferente de como as coisas estão hoje em dia?

    Sinceramente, acredito que na nossa atual situação, não seria nada diferente. Como eu acredito nisso, então me pergunto porque existem avaliações?

    Já que existem avaliações e quase ninguém pensa no porquê, então vamos tentar utilizá-las de uma maneira produtiva. Fazendo as perguntas certas, podemos ter uma idéia do que o aluno está "pensando da vida". Não acho que uma questão como por exemplo

    "Se cada banana no mercado custa R$ 0,20 e cada maça custa R$ 0,30 , quanto joãozinho irá pagar se ele quiser comprar 9485849 bananas e 184748475948 maças?"

    daria esse tipo de idéia. Mas uma questão como essa talvez fosse mais produtiva nesse sentido:

    (situação hipotética)
    "Joãozinho quer colocar internet banda larga de 1 mega na sua casa e para isso ligou para 3 provedoras diferentes para pesquisar preços. Na provedora "Aratatância" ofereceram para ele este serviço por R$ 50,00 em cada mês. Na provedora "Eu sou espertão" ofereceram para ele o mesmo serviço por R$ 20,00 em cada mês durante os 3 primeiros meses e a mensalidade passa a ser R$60,00 a partir do quarto mês. Finalmente, a provedora "Tatuzão" oferecia o mesmo serviço por R$ 10,00 no primeiro mês e a cada mês posterior, são acrescidos R$ 10,00 ao valor pago no mês anterior. Se joãozinho quer ter internet apenas por 6 meses, qual das 3 possíveis escolhas é mais vantajosa?"

    Acredito que uma prova que tenha só a questão acima para uma 5º série seja suficiente.

    Acredito que devem existir professores que fazem provas apenas porque falaram para eles que isso deve ser feito. Mas eles mesmo não tem idéia do quanto você pode fazer um aluno crescer se você faz a pergunta adequada a ele. Mas o que seria a pergunta adequada? Bom, acredito que isso vai da consciência de cada professor. Que tipo de pessoas ele quer ver no futuro. Que idéias ele julga mais interessantes. Que tipo de contas ele julga que o aluno precisa saber fazer. E é claro, para isso, o professor tem que saber muito bem qual é o papel dele ali em sala de aula e também, o que eu acho muito justo, que ele passe para o aluno o que ele pretende ali, que os alunos saibam o que ele espera dos alunos.

  10. [AVALIAÇÃO, PROVAS, POR QUE?]

    Ricardo,

    Agora você começou a falar a minha língua! hehe

    Certamente não poderíamos simplesmente tirar as avaliações, causaria uma catástrofe social, haha. Mas concordo que avaliar é uma coisa "estranha":
    – Primeiro porque partimos do princípio que alguém terá que julgar de alguma maneira o conhecimento ou entendimento ou aprendizado de outrem, o que é, se pensarmos com cuidado, um absurdo.
    – Segundo porque a existência de avaliação já direciona os objetivos de professores e alunos para aquele fim, a nota. Um aluno tenta aprender aquilo que será cobrado nas avaliações, ele não pode agir com a sua criatividade diante dos assuntos. Isso certamente esconde e 'abafa'os talentos dos alunos, eles nunca são estimulados a buscar ou desenvolver talentos, simplesmente devem estudar e aprender aquilo que o professor está a ensinar, professor que por sinal não sabe exatamente o que é mais importante para cada pessoa e não conhece os talentos dos outros (ninguém o sabe, nem a própria pessoa).

    Isso em relação a qualquer instrumento de avaliação, as provas são mais limitadoras ainda. Mas como por enquanto não é possível eliminar as avaliações, deve-se ter muito cuidado com a maneira de avaliar, para não limitarmos os nossos objetivos e não abafarmos a criatividade e talentos dos alunos (pelo menos que façamos isso no menor grau possível).

    Uma forma de observar essas coisas é o fato de que, pelo menos comigo, em eventos educacionais ou científicos (supondo eventos de qualidade) tem-se experiências melhores que na escola ou universidade e aprende-se mais também, e em um espaço menor de tempo. Isso se deve ao fato de que em eventos (geralmente) ninguém é avaliado.

  11. [AVALIAÇÃO, PROVAS, POR QUE?]

    Renato,

    Você disse que avaliar é estranho "porque partimos do princípio que alguém terá que julgar de alguma maneira o conhecimento ou entendimento ou aprendizado de outrem, o que é, se pensarmos com cuidado, um absurdo". Some a isso o número elevado de alunos nas escolas públicas e terá um absurdo ainda maior. Se o objetivo da avaliação é "medir"(faltou-me um termo melhor, perdão) o conhecimento do aluno através de provas individuais, essas avaliações deveriam ser personalizadas e também considerar interferências externas (o aluno pode, por exemplo, ter tido problemas familiares na noite anterior à prova, prejudicando seu desempenho na mesma). Porém, como fazer isso em uma sala com 50 alunos?
    A questão é: a avaliação é necessária? Ela colabora com a melhora da educação?

    Acho que a avaliação não mede o ensino muito menos a aprendizagem de ninguém.

    (Decorar por um dia e oter boas notas é fácil…)

    PS: na próxima semana tenho um debate na sala sobre avaliação; esse debatódromo com certeza enriquecerá minha opinião.

  12. [AVALIAÇÃO, PROVAS, POR QUE?]

    Ana,

    Que bom que este debate será útil para você, fico muito feliz! Se você quiser, pode trazer um pouco do debate de vocês para cá, certamente enriquecerá aqui também, pois inevitavelmente estamos ignorando vários pontos ou aspectos da avaliação.

    É claro que colocar em prática as ideias que estamos discutindo é super complicado, você mesma apontou a questão do número elevado de alunos… Mas esses questionamentos nos direcionam e nos levam a procurar maneiras cada vez melhores de avaliar ou fazer algo que "substitua" as avaliações.

  13. [AVALIAÇÃO]

    Uma coisa que pensei enquanto escrevia o comentário acima:

    Talvez o nosso conceito de avaliação esteja meio invertido. Quero dizer, talvez não devamos avaliar os alunos, mas avaliar o nosso próprio método de ensino.

    Estávamos questionando se avaliações deveriam existir. Talvez promover alguma atividade em que os alunos trabalhem e aprendam e mostrem de alguma forma o que aprenderam seja uma boa avaliação da qualidade do que propomos para eles.

    Por exemplo, depois de uma atividade de longo ou médio prazo, se dermos uma semana (ou sei lá quanto tempo) para os alunos escreverem sobre o que aprenderam… talvez seja mais empolgante pros alunos e mais eficiente para vermos se a atividade proposta foi boa ou não.

    Bom, haveria inúmeras maneiras de fazer isso, mas o importante seria o objetivo desta avaliação: ver se a atividade foi boa e útil, e não ver se o aluno atingiu um grau de aprendizado esperado pelo professor.

    Escrevi meio mal mas acho que deu pra pegar a ideia. Como colocar em prática? Tem que pesquisar, pensar, testar, reformular e aprimorar aos poucos. Fica então a pergunta: qual deve ser o papel da avaliação?

    O que vocês acham?

  14. [AVALIAÇÃO]

    Eu já tinha pensando em algo nesse sentido Renato, mas não em atividades, mas nas provas mesmo. De que o aluno possa dissertar livremente falando daquilo que ele aprendeu e talvez fosse mais interessante fazer ele falar do que ele gostou e do que ele não gostou. Isso faria o aluno pensar muito certamente, mais até do que numa questão de prova usual.

    Mudando um pouco de assunto, vou falar de uma coisa que vi esses dias aqui em curitiba.

    Sabem aqueles "murais" que tem perto dos tubos de ônibus aqui em curitiba? Sempre tem alguma propaganda comercial ou do governo. Eu vi uma do governo esses dias, estava escrito algo mais ou menos assim:

    "Pela terceira vez, Curitiba é a capital com o melhor ensino público".

    Sinceramente, depois de ler isso fiquei ainda mais preocupado, pois a minha impressão é de que o ensino está piorando cada vez mais. Eu vejo isso principalmente nas turma de processo seletivo extendido que tem na UFPR quando o aluno faz vestibular para Matemática, Matemática Industrial e Estatística, que tem piorado drasticamente a cada ano. No período noturno por exemplo, das 44 vagas que existem para o curso de matemática, só foram aprovados 16 candidatos! Isso que além das provas estarem ficando cada vez mais fáceis, os professores sempre dão "empurrões" nas notas pra passar mais gente. Terrível não?

  15. [AVALIAÇÃO]

    Ricardo, certamente poderia ser por provas como você falou. Acho que o aluno pensaria com mais sinceridade ou autenticidade para responder (repare que isso está de acordo com a minha postagem "Por que a matemática é a disciplina mais odiada do mundo?"). Acredito que assim o aluno se desenvolveria muito mais e em sentido mais amplo do que simplesmente aprender aquele conteúdo específico que viram antes da prova.

  16. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Assunto lançado pelo Ricardo Paleari no último comentário dele.

    A UFPR colocou esse sistema de processo seletivo estendido em alguns cursos (nesses que você citou, não sei se em mais algum).

    Seria interessante que alguém ficasse responsável por cuidar desses dados, você sabe se alguém faz isso? Talvez o pessoal da estatística o faça.

    Não sei se em curto prazo já dá pra tirar alguma conclusão, foram só cinco processos seletivos até agora, certo? Pode ser que mudanças de professores faça muita diferença, além de outros fatores. Provavelmente a longo prazo esses dados digam alguma coisa mais conclusiva.

    Certamente esses resultados que você citou são assustadores, mas talvez não tenha mudado nada na qualidade desde antes desse novo sistema, pois antes entrava o número total de vagas mesmo que o pessoal tirasse notas super ruins, hehe.

  17. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Não sei como é na UFPR, mas o único vestibular que eu prestei foi na UENP e saí de lá brava, muito brava mesmo. O ensino público está em um nível e o vestibular milhares de nível acima.
    Na UENP, há 50 vagas para Matemática; 25 preenchidas no vestibular de inverno e o restante no vestibular de verão. São dois dias de prova, numa única fase. No vestibular de inverno, 17 vagas foram preenchidas,sendo que os últimos candidatos aprovados estavam "no limite".

    Sou totalmente contra esse sistema absurdo onde todo o meu conhecimento é "testado" em algumas horas (de volta à avaliação). Na escola, dizem que você tem que aprender "porque vai cair no vestibular"; ou seja, você frequenta uma escola por 12 anos (ou mais) em função de uma única prova onde você é aprovado se tiver estudado alguns meses antes e decorado tudo (vide cursinhos pré-vestibular).

    (Acho que o texto está incoerente, mas eu penso milhares de coisas ao mesmo tempo quando o assunto é educação e vestibular.)

  18. [AVALIAÇÃO, PROVAS, POR QUE?]

    Ainda não sou professora, estudo e me dedico para ser e penso bastante sobre a avaliação e seu objetivo (até porque sou vítima do falho sistema educacional, inclusive nas universidades) e, coincidentemente, já havia pensado na proposta da "dissertação do aprendizado". A avaliação não "mede" só o cohecimento do aluno, "mede" principalmente a qualidade do ensino do professor (ou educador, como está em voga). Então, porque não levar o aluno à reflexão de fato?
    Porém, é preciso orientar o aluno para que ele não escreva mecanicamente. Como fazer isso?

    Esse é um modo diferente (e talvez eficaz) de se avaliar e que pode ser aplicado mesmo em salas de aula super lotadas.

    PS: podem me indicar alguns autores que tratem de avaliação?

  19. [AVALIAÇÃO, PROVAS, POR QUE?]

    Ana Carolina,

    Mais uma vez com belas contribuições!

    A pergunta "como fazer isso?" eu não sei responder, é uma coisa que deve ser pensada e testada muitas vezes. Mas o fato de fazermos essa pergunta não deve impedir-nos de tentar…

    Quanto à referência de autores que falem de avaliação, eu não conheço nenhum. Na verdade (lá vem o desabafo) eu não tenho paciência de ler textos sobre isso, pelo menos os que li até hoje foram insuportáveis, os caras se perdem em coisas que… sei lá, vou parar por aqui.

    Eu me baseio em algumas coisas sim, não só na minha experiência, mas aos poucos vou publicando no blog tudo que eu tiver pra contribuir.

  20. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Ana Carolina,

    Incoerente? Que nada, você disse 'tudo'! Não tenho nem o que comentar, o absurdo já foi mostrado! hehe

    Na UFPR (explicando melhor), além da prova normal do vestibular que todos fazem, alguns cursos têm mais uma 'fase', chamada "Processo Seletivo Estendido". Os alunos cursam duas disciplinas do curso escolhido por um semestre inteiro, e são aprovados os melhores desde que acima da média 5. Daí vem o que o Ricardo falou de não conseguirem preencher o número de vagas disponíveis. Pelo menos isso ameniza o que você disse sobre "avaliar em algumas horas" e os problemas que decorrem disso, mas também não é muita maravilha, hehe.

  21. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Renato, também não sei se alguém guarda os dados sobre o processo seletivo, mas acredito que sim (espero que sim pelo menos). E sim, são apenas esses 3 cursos que estão nesse esquema (o curso de física desistiu na época). Os candidatos dos cursos de matemática e matemática industrial cursam as disciplinas: Funções e Geometria Análitica. Já na estatística os "pre-alunos" cursam Elementos básicos de estatística e Estatística Descritiva e exploratória.

    A opinião da Ana sobre vestibular se encaixa no que eu penso sobre o ensino básico atual: São 11 anos (agora na verdade 12) que o adolescente ou adulto tentam compensar em 1 ano ou meio ano de cursinho pré-vestibular. Aqueles que não se interessam em fazer faculdade simplesmente deixam mais em branco ainda os 12 anos de ensino básico.

    Acredito que esse ano em especial aconteceu algo em relação à professor sim no processo seletivo, mas se foi algo relacionado a isso, foi uma porrada em tanto, porque nos outros anos a média de aprovados tanto a tarde como a noite era de 39 alunos aproximadamente.

    A minha impressão de que o ensino piora mesmo a cada ano vem de conversas com outros professores de escolas e cursinhos. Ainda tem colegios com um ensino ótimo como o Cefet, mas em geral acredito que as coisas estejam piorando cada vez mais, uma pena.

  22. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Ricardo,

    Você está me deprimindo! hahahahaha

    Não sei nem o que dizer, cara.

    … nossa, minha criatividade desapareceu, quem sabe amanhã eu consiga pelo menos continuar a conversa. Daí eu excluo este comentário inútil, hehe.

  23. [QUALIDADE DO ENSINO E VESTIBULAR]

    Senti-me deprimida, também.
    Vamos colocar as coisas da seguinte maneira e piorar (ou não) o nosso ânimo: o governo quer números ao invés de cérebros porque cérebros combatem a corrupção; os professores tem o poder de EDUCAR e são submissos ao governo; logo, a eduação tende a piorar.

    Mas como eu disse, os professores tem poder, então só falta nos perguntarmos sobre o que fazer e tentar agir.

    Esse sistema da UFPR parece menos pior (gramática, me desculpe) do que o vestibular tradicional. Pode ser aprefeiçoado, claro.

    Quanto aos livros, Renato, concordo com você: não tenho paciência para ler o que "educadores" que na maioria das vezes nunca entraram num sala de aula tem a dizer. Experiências (próprias ou não) são muito mais interessantes.

  24. [QUALIDADE DO ENSINO]

    Bom, já que vocês comentaram não vou excluir o meu último comentário…

    Ricardo, eu vou me recusar a compartilhar da sua impressão sobre o ensino, hahaha. Brincadeira, mas vou tentar mostrar pelo menos um lado bom nessa história:

    Observe que a educação evolui muito lentamente, os responsáveis mais diretos pela educação ficam em discussões intermináveis enquanto o mundo evolui ou pelo menos modifica-se velozmente e cada vez mais rápido. Mais especificamente, é só ver o conteúdo de matemática das escolas: só tem assunto de pelo menos mais de um século atrás, e até assuntos de mais de 2000 anos atrás não são minimamente compreendidos (falando de alunos ou professores, dá quase na mesma) (assunto: geometria de Euclides, por exemplo). Isso em relação à matemática, mas tem coisas muito mais urgentes: coisas tecnológicas (qualquer pessoa pode ter um computador, mas pouquíssimas escolas ensinam a mexer neles), coisas econômicas e comerciais (só comecei a entender como as emissoras de TV sobrevivem depois que saí da escola), coisas políticas (até hoje não sei nada sobre isso, e menos ainda quando saí da escola), coisas humanas (questões éticas, por exemplo, só aprendemos depois de levar algumas "porradas" tentando se virar no mundo "pós-escola"), conhecimentos emocionais (a doença do século será a depressão, e nunca vi ninguém discutir algo nesse sentido para se trabalhar na escola), etc, etc ,etc ,etc ,etc…

    O que eu quero dizer com isso? Bom, se o ensino escolar não começar a evoluir no ritmo que o mundo exige, a escola se tornará inútil, um atraso de vida, apenas um "joguete" político (fazendo menção ao comentário da Ana). Como a sociedade não deixaria isso acontecer, acredito que acontecerá uma crise educacional mundial (mais ou menos como a recente crise econômica) e o mundo se rebelará, será feita uma revolução da educação!

    hehe, isso pode ser só uma viagem na maionese, se preferir, mas pelo menos as reflexões devem ser úteis.

  25. [AVALIAÇÃO]

    Muito bom.
    O método clássico de avaliar, na minha opinião, não serve para avaliar.
    Como você mesmo disse Renato, o cara pode simplesmente entender como a prova daquele professor funciona, e pronto! Isso acontece em praticamente todos os casos.

    Os alunos somente treinam os exercícios para as provas. Um exemplo que sempre acontece em é:
    – Professor, o senhor não passou esse exercício no caderno! Por que passou ele na prova?
    (Mesmo o exercício contendo todos os conceitos aprendidos, o aluno não conseguiu encontrar analogias)

    Eu terei o Tema Avaliação na minha pós-graduação, com a professora Regina Buriasco, estou ansioso para conhecer métodos diferentes de avaliar.

  26. [AVALIAÇÃO]

    Valeu Sotero, e seja bem vindo ao blog (quem não sabe, o Sotero é o autor do blog que mencionei no meu último comentário).

    Legal cara, você terá muito a contribuir nessa área. Fique ansioso para conhecer métodos de avaliar mas principalmente para DESENVOLVER outros! hehe

    Valeu!

  27. [AVALIAÇÃO]

    O Renato, com essa mania de DESENVOLVER outros métodos, está me deixando louca…[risos]
    Eu estou sendo avaliada, nesse bimestre, com a produção de artigos. Não é fácil, mas no ensino superior é melhor isso do que as clássicas semanas de prova "maratonásticas".

    Minha experiencia no ensino médio é recente e sei bem o quão aterrorizantes são as provas, onde o professor desconsidera todo um exercício por um erro bobo no final. Será que o raciocínio que o aluno teve não vale de nada? Isso desmotiva o aluno e acelera a mecanização.
    Nas provas de matemática, quando eu não conseguia lembrar de uma fórmula eu improvisava [logicamente] e, mesmo acertando o exercício, a professora marcava um "xis" bem grande e vermelho. O que a professora estava avaliando era a minha memória e capacidade para decorar.

    Não tem receita de avaliação. Cada professor tem que pensar no que ele quer dos alunos (o objetivo) e nos limites da sala, a avaliação tem que ser contextualizada. Só não pode ter preguiça, né?

  28. [AVALIAÇÃO E O QUE OS PROFESSORES VALORIZAM]

    Ana, estou te deixando louca? O que pode ter te deixado louca são os (mais ou menos) 15 anos vivendo e sendo avaliada na escola. hahaha

    Falando sério, você me fez lembrar de umas coisas que aconteciam quando eu estava no ensino médio:

    – Quando a professora mandava fazer exercícios, eu fazia mais ou menos de cabeça ou só rabiscava o canto do livro e resolvia alguns e pronto, pois os (muitos) outros exercícios eram todos iguais. A professora ficava super brava e sempre brigava comigo. Eu não dava muito valor pra isso, mas era bem chato.

    – Quando era prova, eu fazia do jeito que me vinha na cabeça, pois eu nem tinha paciência de aprender a fazer do jeito mecânico e injustificado que a professora "ensinava". Conclusão: quase todas as provas eu tinha que reclamar por nota, porque ela não tinha entendido o que eu fiz. Eu tinha que explicar pra ela, mas nem sempre ela dava a nota.

    Afinal, o que ela queria que eu aprendesse? Que ela não sabia matemática? (Se for isso, eu aprendi, hehe.) O que ela valorizava?

  29. [AVALIAÇÃO? ENSINO?]

    Renato, me deixando louca você está me fazendo aprender muita coisa. Sempre quis entender física e matemática e o melhor é que eu descobr que posso fazer isso sozinha :p

    Acho que o que falta na educação brasileira é incentivar o aluno a aprender sozinho, a desenvolver formas de resolver exercícios e propor exercícios que não sejam todos robotizados e robotizantes. Meus livros de matemática do ensino médio tem meia página de "explicação" e 500 exercícios idênticos e cansativos. São coisas que de fato nós nunca vamos usar!
    Perguntei para essa professora ONDE eu ia usar logaritmos e ela respondeu: oras, pra construir uma ponte usa-se logaritmos.
    Eu pensei: se eu quiser aprender a construir uma ponte, eu faço engenharia!!

    Tem gente que "sabe" logaritmos mas não consegue resolver um problema do cotidiano com regra de três porque esse problema não veio na forma "se 2 m de tecido custam R$12, quanto custará 8 m desse tecido". Além da avaliação, o que tem que ser pensado é conteúdo (e isso infelizmente é com o MEC). A matemática ensinada hoje é mesma ensinada há 100 anos; as mudanças que a educação sofreu são na maioria das vezes para enfeitar (tranversalidade, educador-educando, ensino-aprendizagem…) e o ensino não acompanha a evolução do mundo. Criamos seres inadaptados à evolução, robôs.
    Assim, a avaliação é só a "cereja do bolo" (perdão, estou com fome..haha). Antes de repensar a avaliação, temos que repensar as razões do ensino da matemática.
    Por curiosidade, procurem no PCN de Matemática os objetivos do ensino dessa disciplina. Garanto uma boa gargalhada.

    PS: é hoje o debate sobre avaliação, amanhã eu conto como foi. Para minha sorte, o debate é com uma professora pensante.

  30. [AVALIAÇÃO, ENSINO]

    Pois é, Ana, você pode aprender sozinha. Quando se vai fazer um trabalho para uma disciplina ou algo assim, deve-se ter em mente que você pode fazer uma coisa que você mesma desenvolva. Do contrário, você acaba fazendo um trabalho sem graça, que ninguém iria querer ler, e provavelmente você não vai aprender muita coisa com isso.

    Não estou dizendo que o trabalho deve ser INTEIRAMENTE novo. Pelo contrário, você vai ditar algum objetivo e vai correr atrás do máximo de referências possível. Nenhuma referência vai ter exatamente o que você quer, e é aí que está o seu trabalho, pegue isso e transforme no que você quer. Pronto, você terá um trabalho que as pessoas vão querer ler e vão elogiar. Além disso, você terá aprendido a pesquisar, desenvolver conhecimentos, escrever algo com as suas próprias ideias (repare que não aprendemos essas coisas na escola ou faculdade, lá nós só aprendemos a "pesquisar" o que vai cair na prova, é uma pesquisa dos propósitos de cada professor…) e ainda vai conhecer a literatura sobre o assunto e vários autores…

    Oras, ao invés de colocar o cara pra sofrer pra resolver provas, coloque o cara para desenvolver um trabalho com esta concepção (ou algo parecido). Pronto, já é muito melhor que a maioria das avaliações feitas por aí.

    Se a sua professora tivesse dado uma orientação para se fazer um trabalho sobre construção de pontes, o logaritmo seria teu amigo e você nunca precisaria ter feito essa pergunta para ela (pensando numa situação hipotética, não sei se o teu caso caberia isso que falei). O que eu quero dizer com isso é que, se o aluno precisa desenvolver um trabalho sobre determinado assunto e ele ficar sabendo que "esse conceito" de matemática pode ajudá-lo, ele mesmo vai aprender "esse conceito" e usá-lo, e consequentemente nunca vai fazer a famosa pergunta patológica "pra que serve matemática?".

    Sobre o artigo que você citou, já imprimi, depois vou dar uma olhada, valeu pela referência.

  31. [OBJETIVOS DA MATEMÁTICA]

    Sempre me pergunto quais os objetivos do ensino da Matemática. Saber que logaritmos são usados para construir pontes e como eles são usados não satisfaria alunos menos simpáticos à ciência.
    E aí,enquanto escrevia o meu artigo, cheguei a conclusão de que o aluno, em geral, não sairá fazendo cálculos por aí (eu pelo, menos, adoro calcular "por aí"). Ele pode não querer ficar imaginando a trajetória da bola, o ângulo do chute e etc e tal, para ele talvez futebol seja só futebol e nada mais; eu não posso despertar o interesse de todos e atingir meus objetivos com todos. Porém, se ele consegue resolver exercícios que exigem lógica, ele – mesmo sem saber e sem querer – desenvolverá uma lógica própria que contrubuirá para uma visão mais crítica do mundo como um todo. Seria então um objetivo mais sociológico.

    Seria isso só uma ilusão minha?

  32. [OBJETIVOS DO ENSINO DE MATEMÁTICA]

    Ana,
    Certamente esse é um dos pontos mais importantes dos objetivos de ensinar matemática, principalmente no caso da massa impensante da população.

    Aliás, cada disciplina da escola tem um papel importantíssimo, todas são essenciais para o cidadão ter uma formação minimamente universalista e uma boa visão de mundo.
    Se tirasse matemática o mundo viraria um caos, ou se nunca tivesse existido matemática nas escolas ainda viveríamos na idade média.

  33. [AVALIACAO]

    Avaliacao por meio de provas existem nao por serem satisfatorias, do ponto de vista teorico. Na verdade, a ideia eh meio absurda: atribuir um numero ao conhecimento da pessoa da pessoa para representar o quanto que ela sabe de TODA a materia, avaliando as respostas de ALGUMAS perguntas q na maioria das vezes nao abrange todo o conteudo, e que, ainda por cima, a pessoa tem um tempo limitado para responder! Por questoes praticas, temos, portanto, as avaliacoes do jeito q sao. Nos casos em q praticidade eh ainda mais desejada, temos as provas por alternativa!

    Estou falando, naturalmente, daquelas provas escritas. Mas existem outros metodos de avaliacao. Por exemplo, apresentacao de seminarios. Isto tambem tem seus defeitos. Em grupo, principalmente, pois pode acontecer de cada um soh estudar a sua parte e nao precisar estudar tudo. Ou pior, distribuicao desigual das tarefas: fica tudo nas costas de determinado aluno.

    Outro metodo: listas de exercicios para entregar. Problema: cola entre os alunos.

    Em salas com poucos alunos acho q o professor tem mais liberdade, pois pode inovar sem ter necessariamente muito trabalho. Seminarios individuais, avaliacao oral, listas de exercicios, discussão em sala de exercicios dificeis … ou uma combinacao de todas essas coisas…

    Em suma: acredito que eh uma unanimidade que as avaliacoes escritas tem muitas limitacoes, alem de ter efetividade discutivel. Mas ainda nao foi encontrado uma alternativa superior e viavel para turmas grandes…

  34. [AVALIAÇÃO]

    Jerônimo, que bom vê-lo comentando no Debatódromo! hehe

    A questão da praticidade para turmas grandes realmente não faço ideia do que fazer. Mas uma coisa pode ser feita: diminuir as salas! hahahaha. Com esta brincadeira eu quero dizer o seguinte: até hoje só vi pessoas brigando e fazendo protestos para "aumentar o número de vagas", ou seja, entupir as salas de aula. Ora, essa cultura de querer "dar oportunidade a todos" é muito tosca, é evidente que nunca funcionaria.
    Tudo bem, se não existisse essa cultura ainda existiriam turmas grandes, não estou dizendo que isso resolveria tudo, foi só um ponto que eu quis levantar agora.

    Quanto a turmas pequenas, vejo muitas possibilidades para professores trabalharem, mas o bizarro é que ultimamente só tenho visto turmas pequenas e só tenho visto absurdos de avaliações.
    Ora, com turmas até 20 alunos é fácil se reunir com cada aluno e ver se, por exemplo, ele sabe o que fez na lista de exercícios ou se colou de alguém. Para turmas pequenas a maioria dos problemas têm soluções praticamente triviais, só pode ser falta de vontade ou de preocupação por parte dos professores, pra não dizer que é simplesmente incompetência.

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